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sábado, 27 de outubro de 2012

Pela tua pele crua



Flutua pela pele tua*
O deleite dos lábios meus,
Teu gosto de menina crua
Revigorada pelo gozo ressentido
Fez de mim seu corrompido.

Corrompe assim, sem saber.
E meus trejeitos de homem imoral
É que fazem tua pele doer.

Teu (des)gosto em meus dedos; magistral.

Estrela do meu dia,  açoite do meu prazer.


Fere sem querer ferir.

Destrói quando quer (re)construir.

E foi teu tesouro que descolori
Quando o aleluia de ti roubei.
Entoei cantiga de iludir,
Quando nos teus seios fui rei.

Rei de Terra-De-Ninguém,
Porque a do Nunca não nos cabia.
Você não era virginal: só mais uma alguém,
Que fez do sexo meu imperfeita moradia.

E no raiar dum incólume dia

A pele tua doeu.

Não pelo meu desamor,
Mas sim pela apatia.
Seu sabor então pereceu:
O magistral apodreceu em (des)alegria.


Alegre, a noite pelo mundo correu

Substituindo o fatídico dia.

A lua enfim amanheceu
E a tua pele crua a mim não mais pertencia.

*Citaçõese rimas adaptadas da música "Crua" do Otto, que deu o tom desse poema e que ultimamente tem me inspirado muito. Obrigado por compartilhar-se com aqueles que o escutam.

Sobre o Autor:
Lucas Rodrigues Nascido no inverno de 92, cursa Letras, mas pretende cursar em breve História da Arte. Ama metal como ama artes plásticas, cinema, preto&branco, livros manifestações culturais populares e musicas regionais. Escuta um pouco de tudo - assim como escreve. Só não sabe se descrever.

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