Flutua pela pele tua*
O deleite dos lábios meus,
Teu gosto de menina crua
Revigorada pelo gozo ressentido
Fez de mim seu corrompido.
Corrompe assim, sem
saber.
E meus trejeitos de homem imoral
É que fazem tua pele doer.
Teu (des)gosto em meus dedos; magistral.
Estrela do meu dia, açoite do meu
prazer.
Fere sem querer ferir.
Destrói quando quer (re)construir.
E foi teu tesouro que descolori
Quando o aleluia de ti roubei.
Entoei cantiga de iludir,
Quando nos teus seios fui rei.
Rei de Terra-De-Ninguém,
Porque a do Nunca não nos cabia.
Você não era virginal: só mais uma alguém,
Que fez do sexo meu imperfeita moradia.
E no raiar dum incólume dia
A pele tua doeu.
Não pelo meu desamor,
Mas sim pela apatia.
Seu sabor então pereceu:
O magistral apodreceu em (des)alegria.
Alegre, a noite pelo mundo correu
Substituindo o fatídico dia.
A lua enfim amanheceu
E a tua pele crua a mim não mais pertencia.
*Citaçõese rimas adaptadas da música "Crua" do Otto, que deu o tom desse poema e que ultimamente tem me inspirado muito. Obrigado por compartilhar-se com aqueles que o escutam.
Nascido no inverno de 92, cursa Letras, mas pretende cursar em breve História da Arte. Ama metal como ama artes plásticas, cinema, preto&branco, livros manifestações culturais populares e musicas regionais. Escuta um pouco de tudo - assim como escreve. Só não sabe se descrever. |