Um movimento artístico nascido em um Cabaré batizado de “Cabaré
Voltaire”, criado por desertores da Grande Guerra na cidade de Zurique, Suíça
no ano de 1915. Dadaísmo, vindo do termo francês para designar cavalo de
madeira – dada.
O dadaísmo é uma corrente artística de vanguarda de conteúdo
anarquista que visava o rompimento com a lógica das obras de arte. De caráter
antirracional, combinando ironia, pessimismo, irreverência e até certa
ingenuidade o movimento começou a alcançar outras cidades dentro e fora da
Europa como Colônia, Barcelona, Berlim, Hanôver, Nova York e Paris.
O manifesto do movimento foi escrito por Tristan Tzara que só
reforçava a falta de lógica no movimento – o dadaísmo queria criar uma camada
de confusão, desafiar a lógica e o tradicionalismo do mundo formal, combater a
arte dos acadêmicos. A contradição também se faz presente no movimento, afinal
“o verdadeiro Dadaísta é anti-Dada.
Todas essas questões só reforçam a quebra do tradicionalismo lógico do
dadaísmo.
A maioria das obras artísticas de Marcel Duchamp trazia uma das
marcas do movimento: inserir objetos do cotidiano dentro do movimento
artístico. Com esse estilismo pode ser citada a famosa “A Fonte” um urinol de
porcelana branco onde em um canto pode-se ler “R. MUTT 1917”. Também como obras
do artista podem ser citadas “Escorredor de Garrafas” e “Roda de Bicicleta”.
Marcel Duchamp batizou esse estilo artístico de “ready-made”.
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A colagem também fez parte das artes visuais do dadaísmo, mantendo
sempre a falta de sentido, irreverência e libertação defendidos pelo movimento.
Obras famosas também foram usadas no movimento, como La Gioconda que recebe
bigodes – a irreverência e a falta de sentido fazendo-se presentes.
Foi na literatura que o dadaísmo
alcançou o máximo de liberdade e espontaneidade. No último manifesto divulgado
por Tzara ele cria uma “receita” para se fazer um poema dadaísta; bastava
recortar palavras de um artigo de jornal, misturá-las em um saco, em seguida
copiar as palavras para um papel e pronto – nascerá ali um poema de extrema
sensibilidade e parecido com o autor, mesmo que incompreendido.
Nos EUA, na década de 50 surgiu
o neo-dada, evocando a estética dadaísta idealizada em Zurique. Robert
Rauschenberg, importante nome do neo-dadaísmo tem em sua estética a reunião de
objetos, que juntos perdem seus sentidos primários. Em suas obras observa-se
uma justaposição de elementos que retornam ao dadaísmo e a arte no meio da
guerra – o caos; o nada, afinal dadá é tudo e nada, é confusão e monotonia.
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Uma das vanguardas negativistas
que mais me agrada é o dadaísmo pelo desregramento. Ser dadaísta antes de tudo
é ser ilógico, mas usar a razão. O movimento é feito de contradições e preocupa-se
sim com o fator da sociedade, mesmo que debochando amplamente dela. Para que a
arte se o mundo faz guerra? Para que sentido onde não se precisa – nesse caso
no mundo? O que por muitos foi julgado como infantil não era mais nada do
que uma crítica à sociedade. Afinal, a guerra em si tem lógica?
Nascido no inverno de 92, cursa Letras, mas pretende cursar em breve História da Arte. Ama metal como ama artes plásticas, cinema, preto&branco, livros manifestações culturais populares e musicas regionais. Escuta um pouco de tudo - assim como escreve. Só não sabe se descrever.
Nascido no inverno de 92, cursa Letras, mas pretende cursar em breve História da Arte. Ama metal como ama artes plásticas, cinema, preto&branco, livros manifestações culturais populares e musicas regionais. Escuta um pouco de tudo - assim como escreve. Só não sabe se descrever.