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domingo, 28 de outubro de 2012

A benção da ignorância

Quem dera eu ser mais um dos tolos que saltitam enquanto andam! Quem dera, fosse eu ao menos uma vez, aquele que de tudo ri! Viveria melhor, sem sombras de dúvida! Seria obsoleto à sociedade, porém indispensável para mim mesmo. Encararia a futilidade dos homens – e a minha também – de uma maneira diferente. 

Eu apenas viveria.

Quem dera ser eu um daqueles que observam tudo e que de tudo ignora. Queria eu ser mais um ignorante. Um em meio a tantos outros. Seria eu aquele que vende a própria alma por uma propaganda estampada na testa. Queria ser eu mais um a ostentar um clichê, um verso solto e torpe em meio às ruas.

Queria ser eu mais um daqueles que não mudam com o tempo, que recebem os socos e tabefes da vida como um afago. Aliás, queria ser um daqueles que distribuem sorrisos a torto e a direito.

Eu apenas queria ser.

Queria ser tudo aquilo que não sou. Tudo aquilo que não fui um dia, tudo aquilo que porventura, os outros são. Queria apenas flutuar enquanto caminho, sem precisar me importar com o amanhã.

Que se danem essas coisas! Viveria o aqui, o agora sem me preocupar com qualquer coisa a não ser comigo mesmo, me preocuparia apenas com meu presente...

Eu viveria.

Viveria como nunca vivi antes. Ignoraria o mundo que me cerca, ignoraria as opiniões alheias, ignoraria quase tudo. E por um momento, quem sabe, seria feliz. Por um momento, ergueria as mãos aos céus agradecendo à felicidade.

Agradeceria, sobretudo, a benção da ignorância...


Sobre o Autor:
Gilson Santiago Gilson tem 15 anos, ama escrever prosa e narrativas. Tem um gosto por ser clichê e ser irônico boa parte do tempo. Escreve por um mundo melhor, ao menos, em sua mente.
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