Correr. Uma súbita vontade de sair, sumir, fugir, veio-lhe a mente. Escravo das suas próprias vontades, subordinado aos próprios pensamentos, o fez.
Fez a pequena mochila de costas às pressas. Pôs nela somente o necessário. Tudo ali lhe trazia amargas lembranças. Frias, cruéis. Nada disso queria para si. Assim que se sentiu preparada, cruzou todo o quarto. Tinha todo o conforto e todo o luxo que poderia lhe ser oferecido. Mas faltava-lhe algo. Um vazio que a dominava, controlando suas emoções. Subjugando a si própria.
Escrava de seus ideais. Controlada. Assim como um fantoche é dominado pelo seu manipulador.
Nada daquilo lhe importava mais. Aquelas roupas caras no seu armário, todos os presentes importados, de nada valiam mais perante a sobra disforme que permeava quase todo o quarto, exceto onde estava. Ela sabia bem o que aquilo era. Era a putrefação de tudo que ela pensava ser concreto. Tudo que ela achava ser correto, veio por água abaixo. Uma verdadeira cascata de hipocrisia e mentiras.
Cuspir sobre aquilo foi seu único ato, não queria mais ficar ali, nem por mais um segundo sequer.
Caminhou apressadamente enquanto apertava a pequena mochila com as mãos, cruzou o pequeno hall manchado por sangue. Sangue inocente derramado. Desviou o olhar – turvado pelas lágrimas – em direção à sala. Uma completa bagunça, sofás revirados, estilhaços de vidro preenchiam quase todo o chão. Mais sangue.
Reviver tudo aquilo era uma tortura psicológica. O caos que se abatera sobre ela, jamais poderia ter sido previsto.
– Como puderam ser tão covardes? – pensou enquanto passava a mão enxugando as lágrimas que rolavam pela sua face. Àquela altura, toda sua maquiagem havia desaparecido, deixando apenas um borrão negro em seus olhos. Uma hora atrás aquilo teria chocado a si mesma.
– Ela está morta e o seu passado também deverá morrer aqui. – disse ao chegar à porta da casa. – Toda sua vida deverá ficar para trás. Bem como sua família. Fez a pequena mochila de costas às pressas. Pôs nela somente o necessário. Tudo ali lhe trazia amargas lembranças. Frias, cruéis. Nada disso queria para si. Assim que se sentiu preparada, cruzou todo o quarto. Tinha todo o conforto e todo o luxo que poderia lhe ser oferecido. Mas faltava-lhe algo. Um vazio que a dominava, controlando suas emoções. Subjugando a si própria.
Escrava de seus ideais. Controlada. Assim como um fantoche é dominado pelo seu manipulador.
Nada daquilo lhe importava mais. Aquelas roupas caras no seu armário, todos os presentes importados, de nada valiam mais perante a sobra disforme que permeava quase todo o quarto, exceto onde estava. Ela sabia bem o que aquilo era. Era a putrefação de tudo que ela pensava ser concreto. Tudo que ela achava ser correto, veio por água abaixo. Uma verdadeira cascata de hipocrisia e mentiras.
Cuspir sobre aquilo foi seu único ato, não queria mais ficar ali, nem por mais um segundo sequer.
Caminhou apressadamente enquanto apertava a pequena mochila com as mãos, cruzou o pequeno hall manchado por sangue. Sangue inocente derramado. Desviou o olhar – turvado pelas lágrimas – em direção à sala. Uma completa bagunça, sofás revirados, estilhaços de vidro preenchiam quase todo o chão. Mais sangue.
Reviver tudo aquilo era uma tortura psicológica. O caos que se abatera sobre ela, jamais poderia ter sido previsto.
– Como puderam ser tão covardes? – pensou enquanto passava a mão enxugando as lágrimas que rolavam pela sua face. Àquela altura, toda sua maquiagem havia desaparecido, deixando apenas um borrão negro em seus olhos. Uma hora atrás aquilo teria chocado a si mesma.
Tornou a contemplar a cena, os dois homens que sangravam no chão não se moveram assim que passou por cima deles. Quase sem forças, pôs-se a caminhar em direção à rua. Seu destino? Jamais saberemos, talvez tenha encontrado um rumo, talvez tenha se aninhado nos braços suaves da Morte. Nunca saberemos...
Gilson tem 15 anos, ama escrever prosa e narrativas. Tem um gosto por ser clichê e ser irônico boa parte do tempo. Escreve por um mundo melhor, ao menos, em sua mente. |