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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

sobre o ocaso da vida



Andarilho!, viajante!, a estrada abaixo de ti se estende até encontrar o céu no horizonte; o firmamento se derrete em vinho, como se uma canção de bardo tocasse para fechar os olhos do dia e deixá-lo adormecer.

Ouça a canção do pôr do sol, fantasmas de eras inacabadas sussurram com o vento e agitam as folhas secas que quebram sob teus pés cansados. E o tempo, que é sempre mesmo, debruça-se, deita-se, esparrama-se, faz o universo de leito e então desliza como o tecido mais fino da mais fina veste. Veja-o despencar sem nunca chegar ao chão; veja o tecido deslizar diante de teus olhos antes que eles enfim se fechem.

Esquece o que já se foi – há sempre novas estampas para serem contempladas.

Aqui é onde tuas feridas serão curadas; aqui é onde o céu se deita; aqui é onde o suspiro das almas viram a canção de teu descanso e as flores se tornam teu leito.

Por cada minuto, em tributo ao tempo; por cada pôr do sol escarlate; por cada lembrança de noites primaveris, dispa sua armadura e deponha suas armas. Prepare-se para dormir.

E, como dos dezembros nascem os janeiros, das eras passadas nascem as novas eras.

O som do vento a ensaiar um chamado revela o momento. De tristezas jaz o ontem, mas o amanhã pode ser repleto de alegrias. Veja!, o crepúsculo já não brilha mais; a noite consumiu o dia para sempre. Talvez agora possamos enfim contemplar as estrelas.


Sobre a Autora:
Érica Prado Érica Prado tem 16 anos, pretende cursar história, ouve metal e reclamações o tempo todo. Gosta de coisas fáceis tipo miojo e, portanto, não gosta da vida. Não, você não pode simplesmente gostar dos dois.
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