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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky


Ele é uma figura, né?
Bob concordou. Patrick depois disse alguma coisa acho que nunca vou esquecer.
Ele é invisível.”

Nome: As Vantagens de Ser Invisível
Autor: Stephen Chbosky
Avaliação:  
Páginas: 223
Editora: Rocco

“Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.”

Ninguém imagina o privilégio que estou tendo em poder resenhar o meu atual livro favorito. Sim, As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky, conseguiu a proeza de desbancar alguns clássicos que permaneciam invictos como meus livros prediletos. Até o presente momento me encontro sem reação diante do fim do livro. Não, livro não, obra-prima.
Toda a história é narrada por meio de cartas de um suposto Charlie, que dá a si mesmo e à todos os personagens do livro nomes falsos, para esconder a sua real identidade. Porém, o mais interessante nessas cartas, além da narrativa cativante, é o destinatário dela: você mesmo. Você é um amigo de Charlie, e acho isso envolvente, porque te trás para a dinâmica do livro, acaba integrando mais o leitor à obra, e é um detalhe crucial, que não pode passar em branco.
Nelas, o drama pessoal do personagem é narrado de forma suave, nua e até mesmo cruel. Charlie é capaz de te fazer, rir, chorar, querer quebrar tudo, e se apaixonar. A caracterização da sua personalidade é de tão forma crível que você parece tocá-lo. Não só ele, mas Stephen foi capaz de delinear de uma forma fantástica todos os outros seres que de alguma forma estavam presentes na vida do protagonista.
É o livro perfeito para qualquer um (embora eu ache, particularmente, que moralistas devam passar longe de As Vantagens de Ser Invisível, pelos temas fortes tratados, e pelos tabus, que podem até mesmo ofender certo tipo de pessoas): rápido, bem escrito, com uma trama real, e recheado de momentos que até mesmo são vividos pelos leitores. Em diversos momentos, detalhes e situações da nossa vida, são vividos por Charlie, e mexe realmente com o nosso emocional, reforçando a veracidade do personagem.
É um livro que parece abrir a sua mente, desvendando todos os pensamentos confusos no emaranhado da cabeça e transformando-os em palavras. O protagonista, mesmo sendo jovem e inocente (embora inocente demais para a idade, talvez pela época em que o livro de passa), possui um lado muito poético e filosófico, e abre espaço para questões polêmicas, com avaliações interessantes. Crítico, sedutor, fofo e emocionante. Adjetivos para As Vantagens de Ser Invisível são infinitos... infinitos como os próprios personagens.
Charlie era um garoto solitário e calouro no segundo grau, e tinha poucos amigos para recorrer nos momentos de dúvida (que não eram poucos), até que um dos únicos que partilhavam seus momentos pessoais acaba morrendo. Aquilo consegue abalá-lo emocionalmente, porém, abre portas para uma série de acontecimentos que o fazem passar de um simples novato, para um ser-humano especial, quando conhece Sam e Patrick, irmãos um tanto singulares, e os responsáveis por mudar as bases de sua vida calma e solitária.
Drogas, sexo, homossexualidade, tudo isso está impresso nas páginas do livro com uma dose à mais de crueza, o que nunca é um ponto negativo. É interessante avaliar o seu comportamento diante daquelas situações tão maduras para a sua idade, e visualizar de uma forma tão próxima os seus planos, medos e desejos, quando tudo é tão atirado em sua frente sem aviso prévio.
O final chega a ser surpreendente e possui uma pitada de dor, que nunca se faz ausente no decorrer da narrativa. Charlie narra de uma forma convincente e muito simples, e aproxima quem lê. Já estou com saudade de ler as suas histórias, de sentir na pele o que Charlie sentia, e chega a ser uma perda dolorosa, chegar ao fim dessa obra. Estou curioso pelo filme que já saiu, mas não tive a oportunidade de ver, e espero de todo o coração que cada sentimento do livro seja tratado no longa com o mesmo cuidado. Quero que as pessoas que saiam da sala de cinema, saiam reavivados, emocionados e maiores, da mesma forma que me senti quando concluí o livro.
Meu único problema foi o tamanho. Tão curto para algo tão grandioso. Podia passar semanas lendos e nunca me cansaria. Lindo!
Sem dúvidas uma leitura obrigatória para quem realmente quer se sentir infinito alguma vez.
Sobre o Autor:
João Victor Ferraz Não que alguém se importe, mas João é um sonhador, no fim dos seus 14 anos, que sonha em fazer Jornalismo e ter livros em todas as estantes do mundo. Isso mesmo, do MUNDO.
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