Ao meu avô.
E igualmente à minha vó e meu pai,
mas principalmente ao meu avô.
Você apareceu em meus sonhos essa noite. Na verdade, era um
arco-íris. E arco-íris tem nomes, apenas cabe a você saber chamá-los. A esse
arco-íris, em especial, não vamos atribuir um nome. Basta saber que ele era
você, assim como eu soube no mesmo instante.
Olhava-me do céu, como se os olhos brilhassem – e talvez
brilhassem, mas não fui capaz de ver. O fato é que me observava assim como um
pai (ou um avô) observa a filha (ou a neta) a crescer. Olhava-me com... Amor.
Deve ser estranho saber disso, não é? Que arco-íris também
amam. Mas eles amam. Amam mais do que pessoas, eu acho. Têm um coração bem
grande! Tão grande, mas tão grande, que caberia um gigante lá dentro! Talvez
até mais de um gigante, não sei. Nunca estive lá.
Eu sei que você acha que as coisas não deveriam funcionar
assim, só que... Você tem certeza que deveria mesmo haver um modo de as coisas
funcionarem? Eu não acho. Ainda assim, se há uma regra existe a exceção dela,
não é? Então talvez essa exceção seja você, se é que você sabe do que eu estou
falando.
Enfim, se antes já me lembrava de você (e dela) ao ver um
arco-íris, agora lembro ainda mais. Arco-íris podem ser associados a tantas
coisas, tantos sentimentos... Saudades, nostalgia, amor. Sorvete. É sempre bom
tomar sorvete quando tem um arco-íris no céu. Eu, pelo menos, adoro fazer isso.
Voltando ao assunto, presumo que seja hora de dizer adeus,
não posso me demorar. Embora eu não goste de me despedir, dessa vez tenho uma
garantia a você: Eu volto. Assim como sei que você deverá voltar aos meus
sonhos nesta ou na próxima noite (talvez na seguinte também). Então, por favor,
me aguarde. Tome um sorvete. Eu caçarei um arco-íris.
Lisandra S. Bernardo tem 15 anos e gosta de chocolate, cinema e romance. Também curte abraços, fantasias e sorrisos, só não curte não ser feliz. |