Ela não tinha nome. Tinha olhos
singelos e roupas azuis. Cabelos claros e... E o quê? Amor. Era o que Ela
tinha. Sem dúvida, era a coisa mais bela nela: seu amor.
E então você me pergunta:
"qual é o problema nisso?" Bem, o problema está na parte em que Ela
não tinha quem amar. Não tinha, até conhecer Ele.
Ele tinha olhos azuis, cabelos
castanhos, vestes negras e aspecto assustador. Apesar de tudo, ele tinha um bom
coração. Incompreendido coração que ama sem ser amado.
Ela ama Ele. Ama tudo nele. O
jeito como seus olhos claros não combinam com seu cabelo e seu jeito de badboy.
Ama o modo como seus cabelos lisos e úmidos parecem ser sedosos, mas ao toque
são os mais macios. Ama seu sorriso, que com frequência não é visto; e ama seu
toque, que lhe esquenta a alma.
Ela ama tudo nele.
Ele não ama Ela. Mas assim mesmo,
ama sua companhia. O jeito como ela lhe faz rir e o sabor do teu sorriso -
coisa que Ele apenas imagina ser possível (ora, sorrisos lá têm sabores?). Ama
nela o jeito feliz e sorridente e o modo como Ela parece gostar de vê-lo
feliz... Não, melhor: Ele ama o fato de Ela deixá-lo feliz. Ama o modo como Ela
se importa com Ele.
Ainda assim, Ele não ama Ela.
Nunca vai amar.
E foi assim que, sem saber, Ela
passou a ser como Ele. Um alguém que ama e não é amado.
Lisandra S. Bernardo tem 15 anos e gosta de chocolate, cinema e romance. Também curte abraços, fantasias e sorrisos, só não curte não ser feliz. |