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domingo, 6 de janeiro de 2013

Ele e Ela




Ela não tinha nome. Tinha olhos singelos e roupas azuis. Cabelos claros e... E o quê? Amor. Era o que Ela tinha. Sem dúvida, era a coisa mais bela nela: seu amor.

E então você me pergunta: "qual é o problema nisso?" Bem, o problema está na parte em que Ela não tinha quem amar. Não tinha, até conhecer Ele.

Ele tinha olhos azuis, cabelos castanhos, vestes negras e aspecto assustador. Apesar de tudo, ele tinha um bom coração. Incompreendido coração que ama sem ser amado.

Ela ama Ele. Ama tudo nele. O jeito como seus olhos claros não combinam com seu cabelo e seu jeito de badboy. Ama o modo como seus cabelos lisos e úmidos parecem ser sedosos, mas ao toque são os mais macios. Ama seu sorriso, que com frequência não é visto; e ama seu toque, que lhe esquenta a alma.


Ela ama tudo nele.


Ele não ama Ela. Mas assim mesmo, ama sua companhia. O jeito como ela lhe faz rir e o sabor do teu sorriso - coisa que Ele apenas imagina ser possível (ora, sorrisos lá têm sabores?). Ama nela o jeito feliz e sorridente e o modo como Ela parece gostar de vê-lo feliz... Não, melhor: Ele ama o fato de Ela deixá-lo feliz. Ama o modo como Ela se importa com Ele.


Ainda assim, Ele não ama Ela. Nunca vai amar.


E foi assim que, sem saber, Ela passou a ser como Ele. Um alguém que ama e não é amado.

Sobre o Autor:
Lisandra S. Bernardo Lisandra S. Bernardo tem 15 anos e gosta de chocolate, cinema e romance. Também curte abraços, fantasias e sorrisos, só não curte não ser feliz.
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