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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dos Mesmos Mergulhos da Mente Que Sempre Sucumbe ao Amor

Dos Mesmos Mergulhos da Mente Que Sempre Sucumbe ao Amor





Salve-se querida e não olhe nos meus olhos. E não deixe que esse sentimento que carrego acabe com sua beleza distópica. Porque beleza fere e eu salvo. Porque eu salvo, mas também destruo. Obedeça-me e não olhe para o que já sabe amar. Sucumba. Reconstrua-se nessa nossa falta de olhar – mergulhe e mergulhe e mergulhe e mergulhe... Afunde-se! Deixe-se levar por e para mim, sempre. Permaneça imersa: uma vez mais. Mesmo sem. Mesmo com. Mesmo, porque por mim você tem amor e por você eu tenho duas vezes mais! Mas não desabroche, querida; não divida-se. Deixe que eu a guie por caminhos já percorridos – por mares já navegados: por afogamentos já realizados. E envolva-se despida de você mesma em minhas águas escuras, deixe-se levar. Morra se preciso for! Mas salve-se! Mergulhe em mim e toque fundo; toque minh'alma que você não vê, mas sente. Sinta-se em mim, dentro de você, rasgando seus pulmões, queimando a carne, o tempo, o mundo. E sinta todos os sabores que a morte pode oferecer. Porque no final Hades tem gosto de amor.

Mas só no fim.

Porque o fim é o começo e mesmo sem saber o que sou você joga-se de encontro as minhas águas turvas. Você não pode enxergar, mas ama. Ama seu menino amado: seu alado. Sou seu, mas não me rendo, pois nessa distopia do jogo da sua beleza contra a minha escuridão (pois não pode enxergar!) são seus olhos que se rendem. E fecham-se. E não podem enxergar, mas veem. Veem que o que a inunda não é puro, não é verdadeiro, não é real. O que a enche é amor.

Porque eu posso salvar sua vida: mas você só vai (me) partir.
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