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sábado, 10 de agosto de 2013

Limbo dos Poetas - Ó, desejo, do anjo!



Volta o Limbo, meus queridos, em sua sexta edição, segunda consecutiva, dessa vez com outra poesia do já conhecido de todos, Samuel Martins, do http://pontosdevirgulas.blogspot.com.br/. Deseja ter sua arte aqui também? Envie para adecadenciadoanjo@hotmail.com e aguarde!





Ó, desejo, do anjo!

Pouse levemente perto.
Despirei tuas penas.
E, do anjo nu,
fartar-me-ei da carne.
Beijarei teus lábios.

Ainda nova, voa anjo!
Calçarei tuas ancas
No espaço de minha cama.
Dirás que me ama,
Pedirás por mais carinhos,

Esquecerás do ninho que nasceu
Lambuzado de outros,
terás a mente mudada.
Na calma da alvorada,
acalmará a jornada.

Os santos jamais te perdoarão.
Terás de minha vontade
a cena infernal de tua carne.
Dançando em liberdade
na minha língua.

Ainda tremula, asas de cera,
Saberás pela primeira vez
Que o pecado não é tão salgado
Quanto as chuvas dos céus
Que descem como mel.

Anjo no precipício,
O início era a Criação, perdição.
Anjo na contramão da história,
nas pontas de minha vida em sinfonias,
cinzas, trêmulas e frias.

Mas anjos também não sabem morrer,
Nem que seja de prazer.
Ato repetido, ato repetido,
anjo corrompido, anjo perdido,
anjo de sexo definido.

Coxas cruzadas entre coxas,
gritos estridentes entre os dentes,
coração de anjo não palpita,
corpo de anjo sente.
Desejo de um anjo decadente.
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