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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

o que se pode encontrar numa (c/s)e(s/x)ta



Você poderia me buscar em casa uma sexta feira dessas. Poderíamos ir pra praça ou ir pra outro lugar qualquer, qualquer lugar que tenha vento e grama. Chover nós mesmos, cantar trovoadas, soprar brisas. Não dizer nada. Silêncio acompanhado é tão bom... diálogo mudo é melhor que silêncio sozinho. A gente poderia deixar a preguiça tomar conta e fazer coisas simples, como comer e ficar deitados e ficar falando e ficar cantando e ficar calados e ficar sentados e ficar juntos...
A gente não precisava fazer nada.
Guardar o dia pra não fazer nada é uma coisa que cabe tão bem numa sexta...

E ainda nem é meio dia, mas o sol já vai começar a esquentar. Eu posso me cansar de você, você pode se cansar de mim, a gente pode arranjar alguma coisa pra fazer por um tempo. Eu posso fazer um bolo e você pode fazer um suco. Eu posso trazer alguém que pode trazer um violão que é pra a gente ecoar por aí feito canção.
Um violão é uma coisa que cabe tão bem numa cesta...

Depois a gente podia sair de novo, já ia ser mais de meio dia, a gente podia chamar mais gente, pra encher a felicidade com uma multidão de coisas diferentes.
Eu queria ter alguém com quem eu tenha a liberdade de do nada ligar e chamar pra vir aqui me fazer feliz.
E aí a gente chamava gente que faz poesia, gente que faz música, pintura, fotografia. Gente que não faz nada, gente que dorme de dia. Gente que não tem mar, mas que tem maresia. Gente que tem Dom, mas que não tem Casmurro. Gente que tem Tom, mas que não tem Jobim. Juntar todo tipo de gente com toda forma de amor.
Fazer um sarau improvisado.
Porque sarau é uma coisa que cabe tão bem numa sexta...

Flores. Dores. Odores. Amores. Clamores. Um show.
Tudo cabe tão bem numa cesta.

Sujeira. Música. Bebida. Comida. Risadas.
Tudo cabe tão bem numa sexta.

Maçarocas de cabelo cabem numa cesta. Trotes. Banho quente. Sanduíches. Talheres. Casacos. Dança. Mais risadas. Lágrimas. Correntes. Anéis. Pulseiras. Neon. Mais música. Mais bebida. Brigas. Gritos. Pazes. Bolinhos. Preservativos. Leões.
Tudo cabe tão bem numa sexta!

E final do dia a gente poderia fazer coisas que não posso dizer aqui porque minha mãe tem o link do meu blog.

Mas é tão simples... tudo é tão normal! Ter tempo pros amigos é tão normal, brincar é tão normal, cantar é tão normal, dançar é tão normal, viver é tão normal.

Por que coisas tão simples parecem assim tão absurdas? 
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