Home

sábado, 21 de dezembro de 2013

Sobre essas coisas todas que não são amor



Era tanta coisa, que não era amor.

Era triste te ver sumir todos os dias e ficar meio vazia e sem saber o que fazer. Era chato toda essa hesitação toda vez que me dava vontade de bater um papo contigo. Era um sufoco enorme que eu queria reprimir, porque eu achava que reprimir era resolver.

Ledo engano!

Era um vai-e-vem de coisas velhas na memória e na falta dela, era uma ânsia ou um vício, o meu próprio modo de suplício, era uma coisa errada que esmagava e eu deixava... e eu deixava... Era silêncio, era choro, era vela, era um pouco de cautela, pra poder tentar lidar com você. Era noite, era dia, era o limbo e o indefinido. Era foda.

Era tanta coisa, que não era amor.

Era dúvida ou pornografia, era uma nova forma de selvageria.

Era tanta coisa, que não era amor.

Era o grito nunca gritado, era só pra te deixar irritado, era só fogo no rabo mesmo. Era tudo puro engano, foi um acidente que não fazia parte do meu plano.

Era tanta coisa, que não era amor.

Era ficar de madrugada fazendo poesia porque não dava pra fazer de dia.

Era tanta coisa, que não era amor.

Era ouvir a própria voz e não saber de onde vinha, era ter que lidar com tudo isso sozinha.

Era tanta coisa, que não era amor.

Era cisma, era tormento, era tentar esquivar-me do lamento. Era dispersão a todo momento, era vontade de brigar e de odiar com força.

Era tanta coisa que eu nem sei se ainda é!

Era. Tanta. Coisa.

Era tanta coisa que eu nunca ousei chamar de amor.

Porque não era amor. Era um monte de coisa.

Só que ninguém liga pra essas outras coisas que não são amor. Ninguém entende, ninguém dá nome, ninguém sabe o que fazer ou onde enfiar.

(eu poderia te dizer onde enfiar...)


Acho que é necessário que, pra saber lidar com isso de alguma maneira, criemos termos e definições pra tudo isso. Pra esse monte de coisa que não era amor.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário: