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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Sobre a anarquia do vento

Por que cair nos abismos sem fundo?
Devia voar como um pássaro livre
Devia remar pelos mares mais loucos
Enquanto andorinhas crepitam no céu
tais quais alvas fagulhas

Por que morrer na areia da praia?
Devia subir o mais alto dos morros
Devia abrir os seus braços pro mundo
Devia sonhar com o vento nos pés 
e molhar o cabelo nas nuvens

Por que congelar-se na neve cortante?
Devia acender as estrelas à noite
Devia banhar-se em águas mais quentes
Devia enrolar-se em dois cobertore
e então sim seguir adiante

Por que assustar-se com a noite que sussurra
E abrigar-se tão longe dos canais?
Por que carregar tantos fardos nas costas
Sempre e a todo instante?

Por que não procura a anarquia do vento?
Devia encontrá-lo em uma rua deserta
Devia galgar seus caminhos mais livres
Devia segui-lo ao mais largo dos prados
Soltar lá sua pipa, cabelo e alma
E não se importar se forem muito longe 

Por que censurar seua desejos mais loucos
enquanto sua alma reclama voraz?
Por que sacudir fora palavras tolas 
se nunca mais as fará iguais?
Por que procurar as pegadas na areia
se a maré já passou por aqui?
Por que chorar a tristeza do ocaso, 
quando o sol já não mais lhe sorri?

Devias ver a beleza da lua.
Oh, devias ver a beleza da lua...
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