Para Amanda Botelho,
cujos olhos cor-de-Violetta carregam um Universo mágico, um Universo fantástico, fadas, dragões e borboletas.
Porque qualquer tentativa de não pensar em seus olhos é inútil, eles emanam magia.
Assim como você.
Uma tentativa (inútil) de não pensar nos seus olhos.
Existem
vários tipos de olhos (e de olhares) no mundo. Tem os olhos cor-de-céu, os
olhos cor-de-planta e os olhos cor-de-mar. Mas o melhor de tudo é a forma como
cada olho carrega um olhar. Um olhar-de-brilhante, um olhar-de-sonhar. Eu amo
todos esses olhares.
Mas
com você é diferente. Você carrega o mundo nos olhos. Eu vejo como eles
brilham. Sim. Você tem o mundo nos seus olhos cor-de-âmbar. Tem um
olhar-de-sonhador que ao mesmo tempo é um olhar-de-magnetismo; atraem os meus
olhos.
Logo
no início, achei que também tinha o mundo no coração. Hoje em dia já acho que
não. A verdade é que você tem o coração no mundo. É por isso que seus olhos
brilham. Os seus olhos estão no mundo, mas acima disso, o mundo está nos seus
olhos. Você consegue ver no mundo a beleza que eu desisti de tentar ver.
Espero
que você entenda. Porque eu achei que você poderia me ensinar, sabe? Achei que
você poderia me ensinar a enxergar o mundo assim. Ou melhor, poderia enxergá-lo
para mim, míope como sou. Mas não pode. Lembro bem de ver o seu mundo mudar.
Agora os seus olhos-de-mundo são olhos-de-Ela. Porque o seu mundo é ela.
De
repente, assim do nada, comecei a procurar outros olhos-de-mundo que nem os
seus. Só que, juro, não achei nenhum. Foi aí que senti o meu desespero. Acho
que como eu não conseguia enxergar o meu mundo acabei me apaixonando pelo seu.
Não é justo. Mas nada é justo na vida, é?
Nessa
minha procura insana por outro olhar cor-de-âmbar foi que encontrei os olhos
dela. Eram grandes, lindos e expressivos. Verdes cor-de-grama. Mas não qualquer
grama. Grama de jardim, no meio da primavera, cheios de vida e de cor. Cheios
de inocência, saudade, amores e mistérios. Como o Universo. Não pense que te
substituí, não é isso. É diferente. Porque você tinha olhos-de-mundo. Ela tem
olhos-de-Universo, verdes cor-de-grama, que brilham feito imensas estrelas lá
no Céu.
Outro
dia estive a conversar com ela que leva o Universo nos olhos. Contei-lhe dessa
minha obsessão por “olhar”. E como também contei que às vezes me pego pensando
no que dizem os meus próprios olhos, ela me disse que tenho olhar negro-feito-diamante.
De cara, já gostei do nome. Sorri. E ela disse que meu riso completa o meu
olhar. Eu queria dizer que tudo nela brilhava, porque fazia alusão aos seus
olhos-de-Universo, mas não deu tempo. Eu acordei.
Acordei
triste, com lágrimas nos olhos. Até hoje não sei dizer se a menina de olhos
verdes cor-de-grama era da realidade terrestre ou se era de outra dimensão. Só
depois de chorar muito e molhar todo o travesseiro foi que entendi que, na
verdade, não fazia diferença de onde ela vinha, mas sim para onde iria. E eu
sabia que, onde quer que eu fosse,
era onde ela estaria. Dessa forma, eu teria todo o tempo do mundo para dizer-lhe
que ela brilhava, feito as estrelas no Céu do Universo em seus próprios olhos
brilhantes. Porque, afinal de contas, ela não tem um fim e nem um começo. Ou
até tem, mas eu desconheço. Igualzinho ao Universo que ela leva no olhar.
Lisandra S. Bernardo tem 17 anos. Gosta de chocolate, cinema e romance.
Também curte abraços, fantasias e sorrisos, só não curte não ser feliz.
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