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segunda-feira, 3 de março de 2014

Uma tentativa (inútil) de não pensar nos seus olhos.


Para Amanda Botelho,
cujos olhos cor-de-Violetta carregam um Universo mágico, um Universo fantástico, fadas, dragões e borboletas.
Porque qualquer tentativa de não pensar em seus olhos é inútil, eles emanam magia. 
Assim como você.


Uma tentativa (inútil) de não pensar nos seus olhos.


Existem vários tipos de olhos (e de olhares) no mundo. Tem os olhos cor-de-céu, os olhos cor-de-planta e os olhos cor-de-mar. Mas o melhor de tudo é a forma como cada olho carrega um olhar. Um olhar-de-brilhante, um olhar-de-sonhar. Eu amo todos esses olhares.

Mas com você é diferente. Você carrega o mundo nos olhos. Eu vejo como eles brilham. Sim. Você tem o mundo nos seus olhos cor-de-âmbar. Tem um olhar-de-sonhador que ao mesmo tempo é um olhar-de-magnetismo; atraem os meus olhos.

Logo no início, achei que também tinha o mundo no coração. Hoje em dia já acho que não. A verdade é que você tem o coração no mundo. É por isso que seus olhos brilham. Os seus olhos estão no mundo, mas acima disso, o mundo está nos seus olhos. Você consegue ver no mundo a beleza que eu desisti de tentar ver.

Espero que você entenda. Porque eu achei que você poderia me ensinar, sabe? Achei que você poderia me ensinar a enxergar o mundo assim. Ou melhor, poderia enxergá-lo para mim, míope como sou. Mas não pode. Lembro bem de ver o seu mundo mudar. Agora os seus olhos-de-mundo são olhos-de-Ela. Porque o seu mundo é ela.

De repente, assim do nada, comecei a procurar outros olhos-de-mundo que nem os seus. Só que, juro, não achei nenhum. Foi aí que senti o meu desespero. Acho que como eu não conseguia enxergar o meu mundo acabei me apaixonando pelo seu. Não é justo. Mas nada é justo na vida, é?

Nessa minha procura insana por outro olhar cor-de-âmbar foi que encontrei os olhos dela. Eram grandes, lindos e expressivos. Verdes cor-de-grama. Mas não qualquer grama. Grama de jardim, no meio da primavera, cheios de vida e de cor. Cheios de inocência, saudade, amores e mistérios. Como o Universo. Não pense que te substituí, não é isso. É diferente. Porque você tinha olhos-de-mundo. Ela tem olhos-de-Universo, verdes cor-de-grama, que brilham feito imensas estrelas lá no Céu.

Outro dia estive a conversar com ela que leva o Universo nos olhos. Contei-lhe dessa minha obsessão por “olhar”. E como também contei que às vezes me pego pensando no que dizem os meus próprios olhos, ela me disse que tenho olhar negro-feito-diamante. De cara, já gostei do nome. Sorri. E ela disse que meu riso completa o meu olhar. Eu queria dizer que tudo nela brilhava, porque fazia alusão aos seus olhos-de-Universo, mas não deu tempo. Eu acordei.

Acordei triste, com lágrimas nos olhos. Até hoje não sei dizer se a menina de olhos verdes cor-de-grama era da realidade terrestre ou se era de outra dimensão. Só depois de chorar muito e molhar todo o travesseiro foi que entendi que, na verdade, não fazia diferença de onde ela vinha, mas sim para onde iria. E eu sabia que, onde quer que eu fosse, era onde ela estaria. Dessa forma, eu teria todo o tempo do mundo para dizer-lhe que ela brilhava, feito as estrelas no Céu do Universo em seus próprios olhos brilhantes. Porque, afinal de contas, ela não tem um fim e nem um começo. Ou até tem, mas eu desconheço. Igualzinho ao Universo que ela leva no olhar.


Sobre o Autor:
Lisandra S. Bernardo
    Lisandra S. Bernardo tem 17 anos. Gosta de chocolate, cinema e romance. 
Também curte abraços, fantasias e sorrisos, só não curte não ser feliz.
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