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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Resenha do livro “Interligados – Aden Stone e a Batalha contra as Sombras”



Interligados é uma série de fantasia e romance (seria demaisdizer suspense) escrita pela Best-seller americana Gena Showalter. Nunca tinhalido nenhuma obra dela, mas pelo que soube esse é seu primeiro trabalhodirecionado ao público jovem.

O primeiro livro da série, Aden Stone e a Batalha contra asSombras, nos mostra um protagonista muitooriginal: um adolescente com problemas sociais, sem amigos, sem família,sem namorada e sem perspectiva. Não posso nem contar nos dedos quantospersonagens principais são assim! Mas Aden vai evoluindo no decorrer do livro,e, mesmo carregado de todos esses clichês, é um bom personagem.

O garoto tem quatro almas vivendo dentro de sua cabeça:Julian, Elijah, Caleb e Eve, e cada uma delas dá a ele um poder especial. Aden nãosabe o porquê de essas almas viverem em sua cabeça, mas por conta disso émandado de abrigo em abrigo, de reformatório em reformatório, de hospitalpsiquiátrico em hospital psiquiátrico... O que de fato me agradou porque, alémde eu gostar muito de distúrbios, isso justifica o fato clichê de ele não teramigos etc, o diferenciando dos outros, que geralmente são excluídos porque sãomuito imbecis ou muito nerds. E assim o pobre Aden vai levando a vida, atéchegar em um sítio para recuperação de garotos rebeldes, que é a última chancede Aden se redimir e não ser mandado pro manicômio. E é aqui que começa o livro.

Devo confessar que me agradou muito ver o livro começar como rapaz lutando contra zumbis, me deu expectativa: uau, zumbis! E todo mundosabe que não há criatura mais na modaque zumbis. É claro que o que despertou os zumbis foi os poderes que uma dasalmas conferia a Aden, mas então... os zumbis simplesmente voltam a ser sódefuntos inanimados!



Merda!









E é aí que Aden conhece Mary Ann, uma garota ridícula, típicapersonagem adolescente idealizada, sem defeitos, sem caspa, sem cutícula e sem sal. Ela anula os poderes dele, oque faz com que ele queira ficar por perto, porque ele realmente não agüentava maisessa história de almas vivendo na cabeça dele e fazendo zumbis se levantarempra ele ter que matar. Como se houvesse coisa mais legal que adagastrabalhando...

Enfim, ele conhece essa garota extremamente normal em seumundo extremamente anormal e isso leva a crer que eles terão um romance quefará toda a magia do primeiro capítulo de ação se dissipar numa lenga-lenga deromance adolescente com amor incondicional e irracional. Foi um alívio tão grande quando o sentimento de Adenpor Mary Ann foi descrito como algo fraternal, como o sentimento de um irmão...Mas engana-se quem pensa que os sustos param por aí, porque do nada aparece umavampira!

Uau, vampiros! Todo mundo sabe que não há criatura mais na moda que vampiros! Ops, zumbis, hehe.

A autora escreve exatamente na época do fim da febre devampiros e do começo da febre de zumbis. Como a vampira é um tantodescaracterizada, eu queria ver mais zumbis, mas tive que me contentar com ela.O que eu pensei foi: isso é Crepúsculo 2.0, santo Deus... Mas é claro que não étão ruim assim.

Assim são os vampiros de Interligados: queimam no sol! Bom,só os mais velhos, os vampiros jovenzinhos, por exemplo, os de 80 anos, nãoqueimam ainda. Mas como eles são imortais e tem toda a eternidade pela frente,eles vão envelhecendo até ter essa dádiva de não poderem sair no sol sem virarpó. Isso é, na verdade, um alívio, porque em algumas passagens do livro,Aden vê pessoas que “pareciam emitir um brilho sobrenatural” e eu pensei: oh,não, por favor, não sejam vampiros...

Temos um ponto a favor: os vampiros queimam, sealimentam de humanos, não se apaixonam e matam, muito embora a vampira emquestão, Victoria, não tinha permissão para matar e se apaixonou (Victoria éuma anomalia). Depois de Crepúsculo e House of Night, ver um livro de romanceadolescente com vampiros que queimam ao sol e não se apaixonam (Victoria é umaanomalia) quase me fez chorar de emoção.

Então eles se apaixonam, assim, ao se verem, e é recíproco, e eles têm medo, e ele acha que não é o suficiente para ela, e ela acha o mesmo em relação a ele, e eles passam as noites nadando seminus, e eles fazem juras de amor no segundo dia, e eles formam um elo de intenso amor que se torna inquebrável...




NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!














Enquanto isso, Mary Ann fica amiga de Aden (que vai estudarna mesma escola que ela para ficar mais próximo e ter a maravilhosa sensação denão ter almas falando sem parar dentro de sua cabeça) e começa a namorar umlobisomem.




Pronto: temos os dois casais principais. De um lado,Victoria e Aden, aquela velha combinação entre humano e vampiro que todosconhecemos (Victoria é uma anomalia). De outro, Riley e Mary Ann, que faz comque o lobisomem feroz (do tipo mutante detestável que não precisa de lua cheia)pareça um bichinho de estimação. Devo confessar que houve passagens sobre elesque me agradaram pelo fato de serem bem-humoradas: faziam-me parar algunssegundos para rir antes de retomar a leitura de onde parei, rir novamente, eentão continuar.

Mas não há nada mais risível nessa história que ainutilidade dos romances.








Uma palavra sobre o livro: apelativo. Gena teve uma ideiainteressante, colocou uma pequena complexidade no enredo, desenvolveurelativamente bem seu personagem principal (sem deixar de fazê-lo parecerestúpido perto de Victoria) e tem uma boa escrita. Então ela juntou todas assuas qualidades, jogou num caldeirão com açúcar, tempero, e tudo o que há debom e transformou seus personagens nas Meninas Super Poderosas feat. Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mal.



Todosos personagens têm aparências extremamente belas. Não tem ninguém feio ougordo, todos são galãs, principalmente os rapazes que são todos sarados, para atrair adolescentes histéricas que chorarão deamores pelos personagens, para em seguida implorarem por uma adaptaçãocinematográfica e então poderem chorar de amores pelos atores também.

Temos os velhos conflitos adolescentes: problemas com ospais, virgindade, gravidez, vestibular, como se uma história que podia terzumbis precisasse de tudo isso. Temos aevidente carona que a autora pegou na tendência que é um romance com vampiros elobisomens, que nem os fãs agüentam mais. Temos a inutilidade de tudo isso, eclaro, temos essa maravilhosa sensação de estar engolindo gelatina quente quetornou o livro tão vendido.

Quanto ao suspense, sou suspeita para falar: adivinho ofinal dos livros de Dan Brown antes de ler um terço do livro. Contudo, até paraos felizardos que não possuem esse “dom” detestável, me sinto segura em dizerque há aspectos bastante previsíveis na história, principalmente tratando-sedos romances inúteis, e mesmo assim o final deixa aberta a curiosidade para osegundo livro da série. Sinceramente, quando tive a oportunidade de comprá-lopreferi um exemplar da série Como Treinar O Seu Dragão, mas as minhas amigaspara as quais emprestei o livro (e amaram) ansiaram pela continuação. E anseiam,porque ainda não me senti inclinada a dedicar o meu pouco tempo a tal leitura. Dequalquer forma, assim que eu tiver tempo livre e todos os livros em andamento estiverem terminados, não hesitarei em ter nas mãos um exemplar novo de Aden Stone Contra o Reino das Bruxas,continuação da saga. E espero ver mais zumbis.

Se você gosta de romances adolescentes e fantasia, vai amar. Se você, como eu, gosta de fantasia, mas detesta romances adolescentes, vai frustrar-se. Se você gosta de romances adolescentes, mas detesta fantasia, não vai gostar muito. E, se você já leu, aqui vai uma mensagem subliminar...



Olá, excitação!










Três estrelas para o livro!
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