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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sobre o poeta que eu gostaria de ser




Queria ser poeta de versos, de frases soltas e palavras concisas, de tudo ou nada, de preto ou branco, de morte ou vida; queria ser poeta de dramas, de choros e de velas, de quedas e de amor; poeta de gritos e de angústias, poeta de mundos e de clamores. Queria ser poeta-pássaro, que canta, que voa, que plana e vai pousar na cabeceira – ou poeta-cervo, que simplesmente morre e vira tinta e pinta a parede e corre, e escorre pelos cômodos do tempo como se fosse rupestre; queria ser poeta de rimas, de cores, de luzes, de circos, de horrores; ser poeta-vento, que se mete e se repete onde quer que se vá e é um só em todo canto; queria ser poeta de uma vida só, de uma palavra só, de uma só mão, de um só corpo, de uma só estória, de uma só prisão de uma só alcova; queria ser poeta-canção, que escoa, que ecoa, que se repete sem razão;  que queima, explode, implode dentro de cada um; poeta de despensa, que se guarda, que se esquece, que se deixa para lá – e na fração de segundo entre o tédio e o ócio se encontra, se sopra e voilá!

Afora isso, sou poeta; guardo em mim todas as almas do mundo.








Sobre a Autora:
Érica Prado Érica Prado tem 16 anos (ou não, depende de quando você vai ler isso), pretende cursar história, ouve metal e reclamações o tempo todo. Gosta de coisas fáceis tipo miojo e, portanto, não gosta da vida. Não, você não pode simplesmente gostar dos dois.
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Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Samuel Martins disse...

Melhor que poeta-vento,
é a singularidade.
Esta cheia nesse texto,
tua venustidade!