Começarei o texto com uma confissão. Ia escrever, agora
mesmo, um belo poema de amor. Todo cheio de cores e sons, metáforas e
hipérboles apaixonadas. Mas a caneta fugiu da minha mão, rolou pelo papel,
recusando-se a escrever tanta mentira. E eu entendo a pobre infeliz. Suas irmãs
canetas e bisavós penas passaram vidas inteiras escrevendo as vis besteiras não
do amor, mas dos amantes. Sim, sim, são os amantes que estragam o amor.
O amor é bonito, não importam o que digam os céticos. E verdadeiro, um dos poucos sentimentos que realmente existem. Mas os que amam, ah! Os que amam deturpam o amor, amor este tão indefeso contra as falácias egocêntricas dos amantes.
Incrível como todos querem ganhar (e enganar) quando o assunto é amor. Seu caso é sempre o mais profundo, o mais apaixonado e o mais trágico. Até a tristeza decorrente de um amor fracassado é concorrida. Quando mais triste é um término, mais amor houve.
Mas não vou perder-me nas besteiras dos românticos. Devemos perdoá-los, são apenas jovens demais.
Acho que agora sei do que se trata esse texto: de ilusões. O amor está tão cheio delas...
Como são engraçadas as ilusões! No fundo sabemos que não passam de fumaça, do ópio que turva a visão da verdade, mas mesmo assim mergulhamos nelas. Sentimos-nos bem. Vejam só, nos sentimos bem na ilusão!
Sorrimos para o inventado, materializamos os sonhos e nos deitamos neles. Estranho pensar numa vida real. É como tirar as estrelas do céu, deixá-lo puro, cru. E quem dirá que é errado colorir o livro da vida com cores imaginárias?
Talvez a felicidade seja de mentira. E por que não seria? Nunca encontrei sua fórmula matemática. Há vantagens na mentira. Ela é mutável, útil, confortável.
O Homem, em sua arrogante racionalidade, finge viver em completa sanidade, mas entrega-se aos desvarios da ilusão na escuridão de seu quarto. Toda mente é povoada por cenas de sonhos jamais concretizados.
Gosto de fingir. De brincar de faz de conta. Mas não fujo da realidade, simplesmente crio a minha. Não existe alguma que seja verdadeira. Creio que esse seja o segredo da vida, pelo menos é o da minha. Não há qualquer padrão, nenhuma regra. Estamos livres para sonhar e viver sonhando.
Por isso declarei guerra à certeza, destruí toda realidade que existia em mim. Das ilusões existentes, a mais terrível é a verdade.
O amor é bonito, não importam o que digam os céticos. E verdadeiro, um dos poucos sentimentos que realmente existem. Mas os que amam, ah! Os que amam deturpam o amor, amor este tão indefeso contra as falácias egocêntricas dos amantes.
Incrível como todos querem ganhar (e enganar) quando o assunto é amor. Seu caso é sempre o mais profundo, o mais apaixonado e o mais trágico. Até a tristeza decorrente de um amor fracassado é concorrida. Quando mais triste é um término, mais amor houve.
Mas não vou perder-me nas besteiras dos românticos. Devemos perdoá-los, são apenas jovens demais.
Acho que agora sei do que se trata esse texto: de ilusões. O amor está tão cheio delas...
Como são engraçadas as ilusões! No fundo sabemos que não passam de fumaça, do ópio que turva a visão da verdade, mas mesmo assim mergulhamos nelas. Sentimos-nos bem. Vejam só, nos sentimos bem na ilusão!
Sorrimos para o inventado, materializamos os sonhos e nos deitamos neles. Estranho pensar numa vida real. É como tirar as estrelas do céu, deixá-lo puro, cru. E quem dirá que é errado colorir o livro da vida com cores imaginárias?
Talvez a felicidade seja de mentira. E por que não seria? Nunca encontrei sua fórmula matemática. Há vantagens na mentira. Ela é mutável, útil, confortável.
O Homem, em sua arrogante racionalidade, finge viver em completa sanidade, mas entrega-se aos desvarios da ilusão na escuridão de seu quarto. Toda mente é povoada por cenas de sonhos jamais concretizados.
Gosto de fingir. De brincar de faz de conta. Mas não fujo da realidade, simplesmente crio a minha. Não existe alguma que seja verdadeira. Creio que esse seja o segredo da vida, pelo menos é o da minha. Não há qualquer padrão, nenhuma regra. Estamos livres para sonhar e viver sonhando.
Por isso declarei guerra à certeza, destruí toda realidade que existia em mim. Das ilusões existentes, a mais terrível é a verdade.